Cerca de 14 mil famílias natalenses ainda não realizaram o recadastramento do Programa Bolsa Família em Natal (PBF), de acordo com levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) até o mês de setembro. Ao todo, 23 mil famílias foram convocadas para atualizar suas informações junto ao Cadastro Único para Programas do Governo Federal (CadÚnico), mas pouco mais de nove mil o fizeram. De acordo com a coordenadora do Bolsa Família em Natal, Teresa Raquel Farias, as famílias não recadastradas terão o seu benefício bloqueado a partir de novembro e a partir de fevereiro os benefícios serão cancelados para quem não realizar o recadastramento.
A coordenadora estadual do Bolsa Família, Rosângela Medeiros, explica que o MDS enviou para os todos os municípios uma listagem dos benefícios que há dois anos não apresentam nenhuma atualização cadastral. O processo foi iniciado em fevereiro e terminou no final de outubro. "As secretarias municipais deveriam traçar uma estratégia para que essas pessoas se apresentassem e fizessem o recadastramento". Rosângela ressalta que o trabalho da Sethas é de coordenação e mobilização dos municípios. "Se um benefício passa dois anos sem ser atualizado é porque a saúde e a educação, que estão mais próximas das pessoas, não estão trabalhando em conjunto com a assistência social. A Sethas tem buscado capacitar as secretarias municipais e demonstrar que esse é um trabalho conjunto e que importante essa troca de informações sobre as famílias atendidas".
Atualmente 50.634 famílias recebem o benefício em Natal. Teresa Raquel afirma que as 23 mil famílias listadas pelo MDS foram comunicadas de várias maneiras. "Quando o beneficiário sacava mensalmente o Bolsa Família vinha a mensagem do recadastramento no extrato. O MDS enviou cartas à essas famílias. Usamos também carro de som e a divulgação na mídia. Além disso, contratamos cem assistentes sociais para realizar esse comunicado". Ela explica que as famílias deverãoprocurar um dos 17 postos fixos de atendimento instalados nas zonas Norte e Oeste ou um dos cinco CRAS da cidade para realizar o procedimento.
De acordo com a última folha de pagamento do benefício, 313.612 famílias potiguares receberam o benefício em setembro. Rosângela Medeiros diz que a estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a PNAD, é de que 319.016 famílias se encaixam no perfil (renda per capita de até R$ 140) e estão aptas a receberem o Bolsa Família. "Com o recadastramento devemos ter alcançado a estimativa". Em Natal, a PNAD apontou uma estimativa de 55.847 famílias pobres na cidade - número já ultrapassado pelo cadastro natalense.
A coordenadora estadual afirma que inúmeros empecilhos impedem que as famílias compareçam às secretarias, como a falta de informação e as dificuldades de locomoção, mas que o bloqueio do benefício termina servindo como um último "estímulo" para essas famílias. "Esse bloqueio serve também como um filtro, para barrarbenefícios irregulares, pessoas que estão recebendo o benefício indevidademente, pois não atendem ao perfil do PBF. Como estão fora do perfil, não se apresentam e o benefício irregular é cancelado".
Ela explica que não há um número limitado de vagas para o PBF e que qualquer família que se enquadre no perfil tem direito ao benefício. "Quem não recebe deve procurar a secretaria municipal de assistência social do seu município e levar toda a sua documentação e de seus familiares para realizar o cadastro. Além de passar a receber o Bolsa Família, o beneficiário também ingressa no banco de dados de outras políticas públicas do governo".
Fonte: O Godeirense e Diário de Natal
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