
Paes de Barros destacou ainda que houve redução de 0,3 no número de crianças que iam procurar trabalho antes da hora devida. “O Bolsa Família pode apresentar estes dados porque é um programa bem focalizado”, disse, complementando que esta transferência de renda condicionada do Governo Federal chega aos extremamente mais pobres. “Se levarmos em conta a severidade da extrema pobreza, o Bolsa Família auxilia 50% entre os mais pobres a chegar à linha da pobreza. Isto é tornar visíveis os invisíveis”, enfatizou.
O pesquisador integrou o painel Pesquisas de avaliação e o seu papel na gestão de programas e políticas sociais e ressaltou que a população brasileira cobra dados sobre a aplicação dos recursos públicos. “Os gestores têm que ter em mente que avaliação e transparência devem ser compulsórias na elaboração das políticas sociais”, defendeu.
Também integrante do painel, o consultor para programas sociais da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI) do MDS, Otávio Dulci, fez um panorama sobre as pesquisas realizadas pela Pasta desde 2004. Para ele, é uma inovação na gestão pública brasileira a SAGI ter o mesmo status que as demais secretarias que compõem o MDS.
Dulci afirmou que apuração de dados, como a que foi feita pela Pesquisa de Entidades de Assistência Social sem fins lucrativos (PEAS), em 2006, possibilitou a identificação de mais de 16 mil entidades privadas parceiras do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). “As pesquisas são linhas de base para que os gestores monitorem os cenários”, disse.
O consultor do MDS analisou dados coletados, também em 2006, pelo Cedeplar/UFMG, para a pesquisa “O impacto do Programa Bolsa Família: mudanças e continuidades na condição social das mulheres”. Realizada em 10 Municípios de diferentes regiões, a pesquisa identificou o fortalecimento das mulheres na vida privada, dentro de casa, e também na pública. “Para mim, o maior acerto do Bolsa Família foi ter transferido renda às mulheres. Isto possibilitou seu empoderamento tanto dentro como fora de casa”, finalizou Dulci.
Organizado pelo MDS e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o seminário se encerra nesta sexta-feira.
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