O financiamento é para motocicletas de até 150 cilindradas. Iniciativa é para movimentar setor, afetado pela restrição de crédito.
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil anunciaram nesta quinta-feira (17) crédito de R$ 3 bilhões para o financiamento de motocicletas de até 150 cc (cilindradas). A iniciativa para movimentar o setor de motocicletas, afetado pela restrição de crédito, é feita em parceria com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo).
Presente no evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou também a isenção da cobrança do Cofins sobre as motos dessa categoria até 31 de março do ano que vem. “Entendemos que este setor ainda enfrenta crise”.
O Cofins representa 3% do valor da moto. Assim, a renúncia fiscal representa R$ 4 milhões, disse Mantega. Segundo ele, a medida é pontual e nenhum outro anúncio desse tipo será feito até o final do ano. “Acredito que no próximo ano o setor de motocicletas irá se recuperar rapidamente.”
Do total investido, R$ 200 milhões são de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e R$ 2,8 bilhões serão colocados à disposição dos consumidores pelos bancos federais.O financiamento será feito diretamente nas revendedoras de motos por meio dos bancos parceiros como o Votorantim e PanAmericano.
A taxa de juros praticada nessa linha de crédito será de 2% ao mês. Segundo a Caixa, é o nível cobrado antes da crise econômica. Mesmo assim, a taxa é ainda superior à média cobrada no setor de automóveis, de 1,45%.
Para o presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, as medidas anunciadas nesta quinta são recebidas como um presente de Natal. "Agora teremos oportunidade para retomar o ritmo do setor", diz. De acordo com Takeuchi, a indústria de motocicletas havia fechado um compromisso de não demitir este ano. "Se iniciássemos as demissões, isso comprometeria a renda, o que aumentaria a desvantagem do setor diante da crise". Apesar do acordo, o setor temia que se as quedas nas vendas continuassem, seria obrigado a adotar medidas nesse sentido.
Mantega afirmou ainda que o Brasil voltou à rota do crescimento sustentável. “Ainda há problemas a serem equacionados, como o setor de motos, mas o nível de emprego subiu. E emprego é igual a salário, que é igual a renda, que é igual a consumo e é igual a mercado robusto", diz.
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