A oferta de equipamentos hospitalares de tecnologia mais avançada aumentou no País de 2005 para 2009, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que há excesso no setor privado e escassez para pacientes do SUS É o que mostrou hoje o instituto em sua pesquisa Estatísticas de Saúde - Assistência Médico-Sanitária, referente ao ano de 2009. Além disso, o IBGE apurou uma grande diferença na distribuição regional destes equipamentos. Foi analisada a oferta de mamógrafos, tomógrafos e ultrassom, entre outros.
O maior aumento (118%) foi registrado na oferta de aparelhos de ressonância magnética, de 415 estabelecimentos em 2005 para 848 em 2009. Nesse caso, a média nacional era de 6,3 equipamentos por milhão de habitantes em 2009, comparável à de países com a França (5,7). No entanto, quando analisado separadamente o grupo de pacientes do SUS, a taxa cai para 1,9 aparelho por milhão. No caso dos pacientes de planos privados, a média foi de 19,8 pacientes por milhão. Para tomografia computadorizada, a taxa brasileira é de 15,8 aparelhos por milhão, mas cai para 6 no SUS e chega a 44,3 para pacientes de planos privados. A média na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para tomógrafos é de 22,8 por 1 milhão.
A pesquisa mostra que também o número de estabelecimentos de saúde com internação está diminuindo no País. A desativação de unidades privadas puxa essa queda. De 2005 a 2009, o setor privado perdeu 392 estabelecimentos com internação. No setor público, houve aumento de 112 unidades. A perda total no período, portanto, foi de 280 estabelecimentos do tipo. Em 2009, havia
6.875 unidades com internação no País. As regiões que mais perderam unidades privadas foram a Centro-Oeste e Nordeste. Só houve aumento na oferta de serviços de internação na região Norte, mesmo assim pequena (2,3%). Dos 3.066 estabelecimentos com internação que declararam prestar serviços aos SUS em 2005, restaram 2.707 em 2009. O maior porcentual de estabelecimentos sem internação (69,8%) está no setor público. A pesquisa não considera consultórios médicos particulares.
Já o total de estabelecimentos de saúde em atividade no País cresceu de 77 mil em 2005 para 94 mil em 2009 - aumento de 22,2% O número de unidades sem internação acompanha esse crescimento e chegou a 72% do total em 2009. O Brasil tem 1.765 estabelecimentos com CTI ou UTI.
Sobre a oferta de leitos, o levantamento do IBGE apurou que a taxa nacional de leitos para internação em 2009, que foi de 2,3 por mil habitantes, ficou abaixo do padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde, de 2,5 a 3 por mil habitantes. Só a região Sul ficou dentro dessa média, com taxa de 2,6 leitos para cada mil habitantes. De 2005 para 2009, houve queda de 11.214 leitos para internação no País. Dos 431,9 mil registrados, 152,8 mil (35,4%) eram públicos, e 279,1 mil (64,6%), privados. Houve 23,1 milhões de internações em 2008, queda de 0,2% em relação a 2004.
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