A primeira etapa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010, realizada neste sábado (6), teve grau de dificuldade de médio para fácil. Mas a extensão da prova – 90 questões distribuídas em duas áreas de conhecimento e cinco disciplinas (ciências humanas – geografia e história; ciências da natureza – biologia, química e física) – tornou a tarefa exigente. Esta é a avaliação do coordenador do curso e colégio Etapa, Edmilson Motta.
O educador aprovou a transição para o novo modelo do Enem, que acrescentou aos objetivos de mensurar competências e habilidades o conhecimento de conteúdos, medida iniciada no ano passado e consolidada na prova deste sábado. “Em geral, as provas foram diversificadas e abrangentes nas temáticas de cada disciplina, exceto a prova de biologia em que predominou ecologia”.
História
O professor de história do cursinho da Poli, Elias Feitosa, afirma que os enunciados desta disciplina apresentaram textos longos e houve pouco uso de imagens, ao contrário do que aconteceu no ano passado. “Quanto aos conteúdos, o foco foi história do Brasil e temas contemporâneos, como o tema indígena e homossexualidade”. As questões basearam-se em fontes diversas, como textos de época, letras de música, textos historiográficos.
A professora de história do Objetivo, Selma dos Santos Rofino, considerou a prova bem elaborada. “É preciso saber certa quantidade de conteúdo, os textos tinham tamanho adequado”, afirma. Ela aponta um erro de data em uma questão (número 25 da prova amarela). “Foi citada a abertura dos portos no Brasil em 1810, quando na verdade foi em 1808. Mas este ponto não prejudicava a resolução”.
Geografia
A prova de geografia foi considerada de fácil a média, dentro da expectativa, segundo o professor André Guibur, do cursinho da Poli. “Questões ambientais, energia, agricultura e uso da terra, e questões sociais como emprego estiveram presentes”, conta.
Para a professora de geografia Vera Lúcia da Costa Antunes, do curso e colégio Objetivo, as perguntas foram bem ilustradas e contextualizadas. Em sua opinião, o tamanho dos textos foi equilibrado, nem muito longos nem muito curtos, em comparação ao ano passado, em que foram mais extensos.
Biologia
Em biologia, que predominou temas relacionados a ecologia, a leitura atenta também foi exigida, de textos longos. “Sentimos falta de gráficos e tabelas, pela proposta dos PCNs de avaliar habilidade em compreensão”, afirma Edson Futema, professor da disciplina do cursinho da Poli. Ele também identificou perguntas com “armadilhas”, o que reforçou a necessidade de concentração. “Não detectamos problemas conceituais”.
O professor de biologia Constantino Carnelos, do Objetivo, considerou a prova de média para difícil. “Alguns textos não foram muito claros”, diz.
Física
Para o professor de física Ricardo Helou Doca, do Objetivo, o exame desta disciplina foi tranqüilo. “Com boa compreensão de texto, o aluno tem capacidade de ir bem, o nível foi de fácil a médio”. As questões trataram de temas atuais, como telefone celular, transmissão de ondas de rádio, efeito estufa, opção pela melhor fonte de energia.
“A prova exigiu poucos cálculos e fórmulas, apenas três questões precisavam de contas para serem solucionadas. O foco foi a parte fenomenológica”, comenta. Segundo ele, nas perguntas com temas da atualidade, os próprios enunciados ofereciam as pistas para as respostas.
Química
A prova de química foi considerada trabalhosa e cansativa. “Os textos eram muito grandes, com dificuldade de interpretação e muito cálculo. Isso assusta um pouco o estudante”, diz o professor da disciplina Sérgio Teixeira Bignardi, do curso e colégio Objetivo.
Do ponto de vista programático, o professor avalia que a prova ficou dentro das expectativas, abrangendo vários tópicos da química. “Temas básicos do cotidiano, como efeito estufa, poluição e energia, serviram para abordar a matéria, era preciso ter conhecimento dos conteúdos”. Ele acredita que a prova tomou bastante tempo dos estudantes.
Fonte Portal UOL
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