segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Entressafra e seca elevam os preços dos alimentos em outubro

Entre os que têm registrado maiores aumentos estão o arroz, milho e feijão, inclusive o verde, que chega a custar R$ 8,00 em alguns pontos da cidade.

Os produtos básicos que compõem a mesa dos brasileiros estão mais caros. E a tendência para o mês de outubro é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), fique em 0,57%. No mês anterior, a variação foi de 0,45%. Este deverá ser o mês de maior aumento dos preços dos alimentos que mais contribuem para elevar a inflação.
No Rio Grande do Norte, alguns produtos estão seguindo e média nacional de aumento dos preços, em decorrência da escassez de chuvas em algumas regiões, como é o caso do feijão, do arroz e do milho. Este último, segundo informou o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB/RN), Francisco Sales de Medeiros, não teve praticamente safra em 2010. O milho consumido no estado vem do Centro-Oeste e do Ceará.
 
No caso do feijão, o superintendente prevê que o produto deverá continuar subindo até o mês de novembro, quando começa uma nova safra, que fará o preço baixar. “Já para o arroz, o aumento deve permanecer até fevereiro, quando entra em safra novamente”.
 
Um caso específico é o feijão verde, bastante consumido pelos potiguares. Como é produzido em pequena escala e em pequenas plantações irrigadas, sem o acompanhamento do Governo, o preço vem disparando nas últimas semanas.
 
O chefe da Divisão de Mercado e Abastecimento da Ceasa, Moisés Caetano Eustáquio, explica que o aumento se deve ao período de entressafra, pós-colheita. O preço normal do feijão na vagem varia de R$ 0,80 a R$ 1,00/kg. Agora, está chegando a R$ 2,00. E quando comprado debulhado, o saco com 1 kg está sendo vendido a R$ 8,00 em alguns pontos da cidade. “Na Ceasa, o feijão verde custa R$ 6,00, mas no período da colheita varia de R$ 3,00 a R$ 3,50. Ou seja, está agora está custando o dobro”, afirmou.
 
Moisés Eustáquio acredita que a tendência dos preços seja aumentar ainda até o final do ano, quando a demanda cresce, em virtude das férias e do aumento do fluxo de turistas na cidade. Produtos como o tomate, a batatinha, a cebola e até a laranja têm se mantido estáveis na Ceasa, mas deverão subir porque todos estão na entressafra. O saco de 20 kg da cebola custa R$ 8,00. A caixa com 25 kg do tomate, R$ 19,00. São produtos que vêm de outros estados, como de Sergipe, Pernambuco e Bahia.
 
O chefe da Divisão Mercado e Abastecimento alerta para a qualidade dos produtos, que podem cair neste período, como ocorre com a laranja, que deixa de apresentar a coloração amarela para dar lugar a uma casca mais esverdeada.
 
Até o tradicional pão francês, presente em praticamente 100% dos lares brasileiros, está sofrendo com a alta por causa da seca na Rússia. Como o Brasil não conta com produção suficiente para suprir a demanda interna, parte do trigo usado para a produção do pão é importado.

Fonte: nominuto.com

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