terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Mais da metade dos municípios do RN têm alto risco de surto de dengue



Apesar de apenas quatro terem aparecido em levantamento do Ministério da Saúde sobre áreas críticas, Sesap indica que situação é mais grave.

Estima-se que aproximadamente 60% dos municípios do Rio Grande do Norte tenham alto risco de surto de dengue. A informação é da subcoordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Juliana Araújo. Ontem (6) à tarde, o Ministério da Saúde divulgou lista das cidades prioritárias segundo constatado no LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestaçãopor Aedes aegypti).

No documento, quatro municípios potiguares são mencionados: Ceará Mirim (11,7%), São Miguel (8,5%), Mossoró (4,6%) e Caicó (4,2%). “Vale lembrar que não são apenas esses. Cerca de 60% dos municípios no estado estão com índices elevados”, Juliana declarou durante entrevista à jornalista Delma Lopes para o Jornal 96 (96FM) desta terça-feira (7).

De acordo com o Ministério da Saúde, as localidades consideradas críticas são aquelas que têm nível de infestação acima dos 3,9%. Assim, a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap estima que as ações devem se concentrar não somente nos quatro municípios apontados, mas em todos os 167 do estado.

"Isso serviria para manter estáveis os índices de onde eles estão sob controle, diminuir os riscos onde a situação é de quarentena e conter a possibilidade de epidemia em áreas críticas", afirma. Ainda segundo Juliana Araújo, a dengue tem sido preocupação constante da administração pública desde 1990, ano em que o vírus chegou ao RN.

Para obter resultados satisfatórios, no entanto, ela afirma que são necessárias ações integradas entre o Governo, as prefeituras e a própria população. “A dengue é um problema intersetorial”, conclui. Neste sentido, Juliana declara que o papel da Sesap é monitorar e avaliar os indicadores, cabendo aos municípios a tarefa de executar as ações propriamente ditas.

Além disso, o Estado deve garantir a capacitação dos agentes de endemias, bem como gerenciar as reuniões do Comitê de Enfrentamento às Emergências em Saúde Pública, que já pautou a dengue por três vezes. “Ela é uma doença cíclica, então o trabalho deve ser anual”. Diante da situação, é possível que o estado tenha surto no próximo ano.

O alto índice de infestação nos meses que antecedem o verão indicam grande possibilidade de epidemia, uma vez que a dengue é uma doença sazonal. Segundo o Ministério, são nos cinco primeiros meses do ano que se registra a maioria dos casos – cerca de 70% das ocorrências.

Isso ocorre porque as temperaturas mais altas aceleram o ciclo de reprodução do mosquito transmissor da doença. Em outras situações, o vetor demoraria cerca de 30 dias para completar seu desenvolvimento. No verão, esse tempo cai para aproximadamente 12 dias.

Diante disso, Juliana Araújo endossa que a maior preocupação da Sesap será no campo da prevenção, mas “claro que também vamos focar a assistência”. Quanto a isso, ela admite que é grande o questionamento da população: será que a rede de hospitais e postos está preparada para um possível surto?

Juliana, no entanto, tranqüiliza dizendo que o Giselda Trigueiro é um centro de referência no tratamento de doenças infectocontagiosas. “Ainda assim, temos que lembrar que dengue é, sobretudo, prevenção. A parte da assistência, então, passa por vários níveis de saúde: da saúde da família às unidades de média e alta complexidade”.

FONTE: nominuto.com

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