Avaliação é do Coronel Leonardo Tavares, da PM carioca, que está em Natal e explica os avanços do trabalho comunitário da polícia nas favelas cariocas.
As Unidades de Polícia Pacificadora desenvolvidas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro podem ser exemplo seguido no Rio Grande do Norte, com focos diferentes, mas com objetivos iguais. O projeto estabelece o domínio da segurança pública em comunidades com altos índices de criminalidade e vem sendo sucesso nas principais favelas cariocas.
Na manhã desta quinta-feira (16), o coronel Aristeu Leonardo Tavares, da Polícia Militar do RJ, esteve no Jornal 96, 96 FM, e falou sobre o assunto. Ele explicou que a UPP se divide em fases que se consistem em retomar o controle da comunidade sobre influência da criminalidade ostensivamente armada, devolver a paz e tranqüilidade e contribuir para a quebra da lógica da guerra.
“A UPP quebra isso tudo, mas, primeiro precisa haver um planejamento tático, com a entrada do Batalhão de Choque (BOPE) para então que a Polícia Pacificadora, que são policiais recém formados, possa estabelecer trabalhos nesses locais”, destacou.
Coronel Leonardo explicou que o grande objetivo da UPP no Rio de Janeiro é combater o tráfico de armas de grande porte, como fuzis. Aqui no Rio Grande do Norte, ele lembrou que a realidade é diferente, mas, em casos de comunidades onde a criminalidade domine, inclusive, dificultando o trabalho da polícia, é possível fazer uma intervenção.
“Onde as UPPs estão instaladas, as armas foram retiradas. Não vamos conseguir acabar com o tráfico de drogas, porque enquanto houver viciado o tráfico de drogas vai existir. Mas, o problema maior é a utilização de armas de guerra nessas áreas. Isso tem acabado porque sem essas armas o marginal não vem para o asfalto, não anda na área urbana cometendo latrocínios e roubos e os índices criminais têm diminuído consideravelmente”, afirmou.
De acordo com o oficial da Polícia Militar, dez comunidades do Rio de Janeiro já foram tomadas pela polícia e outras duas estão em fase de implantação da Unidade de Polícia Pacificadora. Além da intervenção ostensiva, o coronel ressalta que o fator social assegura o sucesso do projeto.
“Não adianta a polícia chegar àquele local e pacificar, se as pessoas não conseguirem ter uma horizonte cidadão. É fundamental que os outros segmentos sociais respondam também e possam cooptar os jovens, principalmente, aqueles que têm recuperação, que trabalharam para o tráfico como olheiro, como vendedor de drogas. Então, é de extrema importância que haja expectativa positiva para essas pessoas, pois caso contrário o serviço da polícia vai ser enxugar gelo, como era antigamente”, frisa.
O coronel falou ainda da preparação da polícia para grandes eventos esportivos que serão disputados nos próximos anos, como a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016.
“Além desses dois mega eventos, temos dois outros importantes. Próximo ano, o Rio de Janeiro vai receber os jogos militares mundiais, onde a expectativa é receber o mesmo número de atletas dos Jogos Pan-Americanos e, em 2013, teremos a Copa das Confederações. Então, até 2014, devemos ter 33 UPPs. O planejamento aponta para isso, saltando de 2.100 policiais empregados para 12 mil policiais empregados nas Unidades”.
Ainda durante a entrevista no Jornal 96, da 96 FM, o coronel Aristeu Leonardo Tavares, foi questionado sobre a possibilidade de retorno do domínio da criminalidade, mesmo depois da Polícia Pacificadora ter tomado conta de uma comunidade.
“Esperamos que isso não aconteça. Pelo sucesso que tem sido, e temos a prova disso materializada pela redução considerada dos crimes contra a vida, em média de mais de 30%, esperamos que essa parceria da Polícia Militar com os demais entes governamentais continue”.
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