O Rio Grande do Norte e a Paraíba são estados irmãos, considerando a união que existe entre seus territórios. Em alguns municípios do Rio Grande Norte, como Campo Redondo e Coronel Ezequiel, basta um salto para adentrar em solo paraibano. Esses dois estados são unidos também pelo clima, pela cultura, culinária e, porque não, adversidades.
A união entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba se estende também à mistura de seus povos. Hoje, boa parte da população potiguar nasceu na Paraíba, e o mesmo acontece com a população paraibana, que conta com grande participação de pessoas nascidas no Rio Grande do Norte.
A forte presença dos paraibanos já podia ser notada no dia-a-dia. Na escola, na faculdade, no trabalho, entre outros ambientes. E agora foi dimensionada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2009, apontou que cerca de 103 mil paraibanos vivem em solo potiguar, formando o maior bloco de emigrantes do estado.
O empresário Enox Maia, 57, está entre os paraibanos que adotaram o Rio Grande do Norte para morar, mais precisamente Mossoró.
Nascido em Catolé do Rocha, município paraibano que faz divisa com o nosso estado, Enox percorreu o Brasil, morou no Distrito Federal, Piauí e Pernambuco, até que há sete anos largou a profissão de professor universitário e consultor para se tornar empresário, escolhendo Mossoró para investir em piscicultura - criação de peixes - e carcinicultura - criação de camarão.
Enox trouxe a tiracolo a esposa e dois filhos, que também se tornaram empresários do mesmo segmento.
Bem instalado em Mossoró, o empresário não pensa em sair da cidade. "Meu projeto é continuar investindo e ampliando meus negócios no estado", revelou Enox, acrescentando que não teve qualquer dificuldade para se adaptar ao ritmo de vida mossoroense. "Levo uma vida muito semelhante porque culturalmente são estados muito parecidos", justificou o empresário.
Em Mossoró, Enox sente falta de uma única coisa que ele só encontra no interior paraibano: "o carinho dos meus pais", relatou, mas observando que fez muitas amizades por aqui.
O segundo estado que tem mais representantes no Rio Grande do Norte (39 mil pessoas) é Pernambuco, seguido do Ceará (36 mil pessoas).
Na leva de cearenses, Mossoró virou a casa da professora universitária Regiane Santos Cabral de Paiva, 32, que na verdade nasceu em São Paulo, mas como foi morar em Fortaleza (CE) ainda pequena, se considera cearense.
Um emprego foi o que atraiu Regiane para o Rio Grande do Norte. "Cheguei a Mossoró em 2005 após aprovação em concurso público para ser professora de língua espanhola na Uern - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte", relembrou a professora.
Regiane disse que, apesar da diferença de tamanho em relação a Fortaleza, encontra tudo que precisa em Mossoró. "Sinto falta apenas das boates, dos cinemas. Coisas desse tipo", relatou, destacando que, em contrapartida, ganhou qualidade de vida por conta do ritmo desacelerado de Mossoró.
A professora afirma que não pretende voltar para Fortaleza ou outra metrópole qualquer. "Fortaleza é uma boa cidade, mas tem um ritmo acelerado que tira a nossa qualidade de vida. Em Mossoró, eu fui muito bem acolhida. Adquiri equilíbrio emocional, que tem refletido na minha saúde, por exemplo", ressaltou Regiane.
O empresário Enox e a professora são apenas dois exemplos de um contingente que gira em torno de 300 mil pessoas, segundo o IBGE.
Fonte. Jornal de Fato
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