Idade e localização dos analfabetos no país dificultam redução das taxas, diz Haddad
Atrair uma população idosa e moradora do campo para retornar às salas de aula é o principal desafio para reduzir as taxas de analfabetismo no país, avaliou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE) de 2009, divulgada hoje (8), o Brasil tem atualmente 14 milhões de analfabetos, o que representa 9,7% da população acima de 15 anos.
De acordo com Haddad, nas áreas urbanas, na população entre 15 e 49 anos, a taxa de analfabetismo é inferior a 4%. Ele ressaltou ainda que a idade média do analfabeto no Brasil é de 56 anos. “É uma população dispersa pelo território e economicamente ativa. São pessoas que só teriam a noite ou o fim de semana para estudar. Não é uma tarefa qualquer.”
Em 2000, o Brasil assinou acordo internacional com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) comprometendo-se a reduzir em 50% a taxa de analfabetismo até 2015. Isso significa chegar ao patamar de 6,7% em seis anos. As últimas edições da Pnad mostraram que a queda tem sido lenta. De 2007 para 2008 foi de 0,1% e de 2008 para 2009, de 0,3%.
Na avaliação do ministro, será necessário um “esforço adicional” para atingir essas metas. Segundo ele, é preciso continuar apostando na colaboração com municípios para chegar até essa população. “Acredito que o próximo censo [do IBGE] será uma grande instrumento para promover as alterações necessárias para acelerar o passo”, afirmou. De acordo com ele, o censo trará um diagnóstico mais preciso do problema, permitindo o trabalho com prefeituras e regiões onde as taxas são mais altas.
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