sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Planta medicinal pode ser mais eficaz contra a pressão alta do que remédio


Mangabeira tem substâncias que diminuem hipertensão. Folha da árvore também contém princípios vasodilatadores.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica que a árvore mangabeira, comum no estado, pode ser muito mais eficaz do que o remédio mais vendido contra a pressão alta.

Nas lojas de produtos naturais, é procurada pelo nome do fruto, mangaba, e vendida sob a forma de pedaços do tronco. “É bom para controle de diabetes, colesterol e hipertensão”, afirma a vendedora de ervas Silvana Morais.

O que a sabedoria popular já dizia agora foi comprovado em pesquisa científica, e o resultado surpreendeu os farmacêuticos. No combate à hipertensão, a mangabeira tem substâncias que, na dose certa, podem ser mais potentes e mais eficientes do que remédios muito usados hoje.

Os pesquisadores fizeram um extrato da folha, dissolveram em água e serviram a camundongos hipertensos. As análises mostraram que o chá da mangabeira tem três princípios ativos que, juntos, são até dez vezes mais potentes do que o captopril, usado no tratamento da pressão alta.

O chá ainda tem uma qualidade extra: além de inibir a produção de substâncias que causam a hipertensão, ele também é vasodilatador. Nos animais, a pressão arterial baixou, e ficou controlada.

Chá

“O uso do medicamento se faz em doses muito mais baixas e muito mais efetivas do que o chá preparado rotineiramente”, explica Virgínia Soares Lemos, do departamento de farmacologia da UFMG.
 
O comerciante Daniel Gonçalves toma o chá de mangabeira há seis meses, e aprendeu a receita com um sertanejo baiano. “Realmente baixou minha pressão. Fiz um exame em janeiro que realmente comprovou essa eficácia da mangaba”, conta ele.

A especialista em plantas medicinais da UFMG, Maria das Graças Lins, alerta que não se deve trocar medicamentos por chá sem indicação médica. “O perigo é fazer o remédio de forma inadequada, extrair uma quantidade grande de princípio ativo, usar uma dose excessiva e fazer até mal ou não fazer o efeito adequado.”

Os testes em humanos devem começar ainda neste ano. A pesquisa também analisa os efeitos da raiz da planta olho-de-boi contra a pressão alta.

Fonte: Portal G1

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