sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Brasil pode erradicar a pobreza extrema até 2016

Estudo do Ipea aponta que, mantida a redução da desigualdade dos últimos anos, o País se aproximará dos mais desenvolvidos

Se mantiver o ritmo de diminuição da pobreza e da desigualdade de renda observado nos últimos cinco anos, o Brasil pode chegar a 2016 com a pobreza extrema praticamente superada, a desigualdade de renda abaixo de 0,5 do índice de Gini* e taxa de pobreza absoluta de 4%, o que significa quase sua erradicação. A conclusão é de um estudo divulgado nesta terça-feira (12/1) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), chamado “Pobreza, Desigualdade e Políticas Públicas”.

O levantamento levou em consideração a evolução econômica e social brasileira nas décadas mais recentes, comparou-a com a de outros países e verificou que houve avanços significativos. “Na década atual, a combinação entre a continuidade da estabilidade monetária, a maior expansão econômica e o reforço das políticas públicas, como a elevação real do salário mínimo, a ampliação do crédito popular, reformulação e alargamento dos programas de transferência de renda aos estratos de menor rendimento, se mostrou decisiva para a generalizada melhora social”, diz o texto do Ipea.

O Governo Federal, por intermédio de políticas públicas que instituíram programas e projetos, como os coordenados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), presta significativa contribuição para os avanços no combate à pobreza.

A pesquisa lista o Bolsa Família, que beneficia 11,6 milhões de famílias; o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende 1,6 milhão de idosos e 1,8 milhão de portadores de deficiência; o ProJovem Adolescente, que mantém 400 mil jovens atendidos; além de programas como o de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), e o Próximo Passo, de qualificação profissional de beneficiários do Bolsa Família, como fatores que contribuem para a superação dos níveis mais graves de pobreza no País.

Para se ter uma ideia da evolução dos índices, o estudo do Ipea aponta que, entre 1995 e 2008, a queda média anual na taxa nacional de pobreza absoluta (até meio salário mínimo per capita) foi de -0,9%, enquanto na taxa de pobreza extrema (até um quarto de salário mínimo per capita) foi de -0,8% ao ano. Entre 2003 e 2008, a queda média anual na taxa de pobreza absoluta (até meio salário mínimo per capita) foi de -3,1%, enquanto na taxa nacional de pobreza extrema (até um quarto de salário mínimo per capita) foi de-2,1% ao ano.


São esses os níveis de redução da desigualdade social que, se mantidos até 2016, poderão aproximar ainda mais o Brasil dos países desenvolvidos.

* O índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita, ou seja, a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Seu valor varia de 0 (quando não há desigualdade) a 1 (quando a desigualdade é máxima).

Fonte MDS

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