Eu sempre achei fantástica essa máxima de Willy Munny, “matador de mulheres e crianças”, personagem vivido por Clint Eastwood no fantástico western “Os Imperdoáveis”. Pra falar a verdade, eu ainda acho essa uma máxima fantástica. Muito embora meu conceito tenha mudado um pouco. E possível matar um homem em, mas não e possível apagar suas idéias.
Idéias não podem ser mortas, idéias não podem ser feridas. Idéias não podem sequer ser tocadas. Idéias são eternas. Qualquer um é capaz de matar um homem, mas duvido que alguém seja capaz de fazer com que suas idéias, por mais absurdas que possam ser, sejam esquecidas, deixem de existir. E só olhar um pouco para a história e para os dias atuais, para perceber que os exemplos podem agradar a todos.
Jesus foi crucifixado, mas suas idéias foram basilares para uma das mais poderosas instituições da sociedade contemporânea. Tiradentes foi esquartejado publicamente, mas é considerado um herói que lutou contra a opressão da Coroa Portuguesa, em busca da independência. Hitler, que cometeu suicídio para não se render, ainda inspira em muitos a crença na supremacia da “raça ariana”. Che Guevara, cuja morte e controvertida, representa a fina flor do ideário da revolução marxista.
Os exemplos são muitos, inúmeros homens passaram, morreram por suas idéias. Mas elas, as idéias, permanecem. Os americanos comemoram a morte do terrorista Osama Bin Laden e esquecem que, ha tempos, ele deixou de ser apenas um homem e passou a representar uma ideia. E disso eu tenho medo, das conseqüências que podem vir dessa morte esdrúxula que transformou um fugitivo em um mártir.
A pergunta é: quantos Osamas surgirão agora? A resposta e tão imprevisível quanto os números que serão sorteados nos próximos dez sorteios da Mega-Sena. É possível que a morte dele represente uma batalha vencida na guerra contra o terror. Mas e possível que a morte dele represente a virada da guerra em favor dos terroristas.
A morte de Osama não vai mudar a minha vida, nem a da maioria dos brasileiros. Mas vai trazer de volta os temores que vieram apos aquele fatídico 11 de Setembro de 2001 e estiveram adormecidos por algum tempo. E isso não e previsão ou “achismo”, basta ler os jornais pra saber que eu tenho razão. Afinal, Osama, assim como Elvis, não morreu.
Por Fahad Mohammed Aljarboua*
* Escritor e estudante de Direito na UFRN. Artigo: Matar um homem é uma coisa infernal. Você tira tudo o que ele tem e o que poderia ter – Jornal Expresso
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